Coluna Mônica Bergamo - Quando e como você diagnosticou diabetes? O que mudou na sua vida desde então?
Paula Toller - Fui diagnosticada com Diabetes tipo 1 em 2009, por acaso, numa consulta com o dermatologista q me trata há 20 anos. Eu estava magra demais e ele desconfiou.
Foi um baque, mas agora já estou me adaptando, embora tenha q seguir uma rotina de alimentação e exercícios bem rígida, e usar insulina.
Coluna MB - Há quantos anos você faz análise? O que você enxerga como resultado dessa experiência (inclusive canções)?
PT - Análise evita enferrujar o cérebro. É bom para dar valor às coisas q realmente têm valor, e deixar rolar o q pode ser
deixado rolar. Aos poucos vc vai conhecendo melhor essa maquininha q diferencia os seres humanos dos outros seres. E dá um suporte para as inevitáveis barras pesadas. Eu tinha muito problema com inspiração pra escrever, era cheia de "não-me-toques", agora, se tenho q escrever, vou lá e escrevo. É bem óbvio.
Coluna MB - Sua assessora diz que, embora você não esteja em todas as festas e circuitos badalados do Rio, você costuma andar pelas ruas na boa, como para ir ao salão etc. Como é sua rotina quando longe dos palcos?
PT - Eu vou a festas de amigos, vou a lançamentos e shows de amigos, mas não trabalho com "presença de celebridade". Meu trabalho é com música. O Rio de Janeiro permite isso, por que é uma "celeb-cidade".
Tenho rotinas q vão se alternando e modificando, dia de show é mais caótico, por causa das viagens.
Dois dias antes de qualquer show eu já estou me preparando, não tomo nem um drink, por exemplo. Antes de uma estréia como essa agora, então, eu já entro um mês antes no processo. Mas sair eu saio rápido, sou capaz de chegar de um show para 30 mil pessoas e fritar um ovo ainda maquiada e de salto.
Coluna MB - As pessoas que convivem com você dizem que é uma pessoa "exigente e profissional". Você concorda? Acha que tem atitude diferente do padrão brasileiro?
PT - É um elogio, mas não comparo com os outros. Eu me exijo muito, eu sofro com as coisas, não durmo se tem algo errado. Tenho o prazer de trabalhar com gente talentosa e que se compromete. E faço muitos amigos entre os colegas. Pessoas por quem tenho o maior carinho e com quem saio para comer pizza. Eu adoro minha roda, poder jantar 1h da manhã depois do show!
Coluna MB - Como cuida da aparência? Faz esportes (tênis?), rituais estéticos, maquiagem, cabelo?
PT - Na infância, eu sempre fui mais pra atleta, energética, brincadeiras de menino, do que feminina e delicada. Agora gosto de me cuidar, gosto q me admirem no palco, na TV. O Lui, tb me dá o maior apoio, não me deixa desanimar. Fiquei muito mais bonita depois q me casei com ele.
Coluna MB - Você gosta de ser elogiada por fãs? Como lida com o assédio dos fãs?
PT - Meus fãs são maravilhosos, me mimam bastante. Alguns se tornaram amigos, como a Luciana Moraes (webmaster) e a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho, que escreve os textos do show.
Coluna MB - Por que preferiu dar entrevista por e-mail a falar no telefone ou pessoalmente?
PT - Para poupar a voz.
Obrigada
Paula Toller
ABELHA RAINHA
Paula Toller comanda a volta do Kid Abelha e diz que fama de temperamental é elogio
Paula Toller, 48, chega cedo para a passagem de som do primeiro show de "Glitter de Principiante", a turnê de reencontro do Kid Abelha, no Teatro Guaíra, em Curitiba. Três anos depois de se dedicarem a carreiras solo, os integrantes do grupo (além dela, o saxofonista George Israel e o guitarrista Bruno Fortunato) se juntaram para um roteiro de apresentações e a gravação de um DVD que celebrará, no ano que vem, os 30 anos de criação da banda.
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No próximo sábado, 7, eles tocam no Credicard Hall, em São Paulo. No dia 14, no Citibank Hall do Rio.
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No Paraná, a ansiedade era grande. "Estou há três dias sem dormir", dizia Mauro Benzaquem, empresário da banda. "A Paula também. É a capitã da nave. Não quer conversa até ver que tem o show", afirmava à repórter Thais Bilenky.
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O cenário encomendado não ficou pronto a tempo e a equipe teve que improvisar: instalou um painel de LED onde eram exibidas figuras de elefantes, letras de músicas e...Israel e Fortunato se mantinham relaxados. Já Paula gesticulava, inspecionava a mesa de som, conversava com os músicos, dava ordens à equipe.
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A produtora Catia Dartora diz às assessoras de imprensa que Paula só queria fotos "descontraídas fake", aparentando espontaneidade, mas ensaiadas. Ficam todas tensas. Nem isso acontece: a cantora se tranca no camarim quase duas horas antes do show.
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O guitarrista afirma que ele e o saxofonista cuidam "mais da parte instrumental". "A Paula quis ficar à frente do conceito. Estamos deixando ela à vontade."
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Nos três anos em que tocou sua carreira solo, Paula descobriu que estava com diabetes. Em 2009, foi ao dermatologista e, por acaso, diagnosticou a doença. "Estava magra demais e o médico desconfiou. Foi um baque, mas agora já estou me adaptando, embora tenha que seguir uma rotina de alimentação e exercícios rígida, usar insulina", conta.
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Pouco antes do show, ela deixa o camarim. Recebe elogios pelo visual, aos quais não responde. Um produtor aborda a cantora: o governador do Paraná, Beto Richa, está na plateia. Quer visitá-la depois do show. "Qual é o nome dele?", pergunta ela.
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Com uivos de "Gostosa!", o público recepciona Paula e o Kid Abelha. Ela segue em sua performance. "Gosto que me admirem no palco, na TV. O Lui [Farias, seu marido], me dá o maior apoio. Fiquei muito mais bonita depois que me casei com ele", diz. Evita proximidade maior com os fãs. "Ela não gosta de flashes, nem que toquem nela. Dou logo um tabefe quando começam a abraçar", diz um de seus seguranças.
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Numa apresentação em João Pessoa, nos anos 90, uma cozinheira invadiu o palco. Ao tentar se afastar, a cantora levou um arranhão no braço. Sangrando,interrompeu o show e foi ao Instituto Médico Legal fazer exame de corpo de delito. "Ficou buzinando por séculos. "Como você deixou essa maluca entrar?!'", diz o segurança.
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No palco, Paula conta que a canção "Dizer Não É Dizer Sim" nasceu depois de seu psicanalista observar que suas letras começavam com negativas: "Não estou disposto...", "Nada sei...". À coluna, ela diz que "tinha muito problema com inspiração, era cheia de não me toques. Agora, se tenho que escrever, vou lá e escrevo".
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O espetáculo acaba. Richa está a postos no camarim. Dá beijos nas bochechas da cantora. "Sou seu fã desde sempre." Ela não responde. Ele pede para tirar uma foto, mas a bateria da máquina acaba na hora errada. Fãs fazem fila na porta do teatro.
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Quarenta minutos depois, a cantora dá o ar da graça. Senta-se no chão com os fãs por cinco minutos e posa para uma foto coletiva. Ilizandro Schmit, 28, trouxe CDs da banda, mas ela não os autografa. Passada a bagunça, ele percebe que sua câmera sumiu. "Não merecemos esse tratamento. É melhor vocês dizerem: "A Paula não vai atender. Vão embora, por favor". Aquela foto [coletiva] ninguém vai querer."
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A cantora tem fama de
temperamental. "É um elogio", rebate Paula Toller. "Eu me exijo muito, sofro com as coisas, não durmo se tem algo errado. Tenho o prazer de trabalhar com gente talentosa e que se compromete." Segundo seu empresário, o combinado dela é: "Eu não erro, você não erra. Ok?". Reservada, só sai com os amigos. "Não faço "presença de celebridade". Meu trabalho é com música."